| - Como surgiu a ideia de apresentar o programa Mapa do  Pop?Eu estava na MTV e morando no exterior, daí a TNT me  chamou para apresentar o programa Tapetes Vermelhos, cujo foco principal era  falar sobre cinema. Eu adoro o assunto, mas não sou uma expert! Por  coincidência, foi justamente essa desinformação que motivou os produtores a  sondar uma pessoa ligada ao mundo da moda, mas que tivesse no mínimo a  curiosidade de querer saber e comentar como se faz um filme. Como o programa só  teria duas temporadas de três meses cada, durante um ano, acabei desistindo do  projeto. A Turner, uma empresa que opera vários canais de TV a cabo, inclusive  a TNT, tinha um programa de variedades chamado Mapa do Pop. Daí, eles  resolveram trazer o programa para a TNT, manter o mesmo nome, mas mudar a  proposta, porque a TNT é uma emissora especializada em cinema.  O programa acabou ganhando um incremento  especial, porque a gente comenta os destinos turisticamente, mas principalmente  como lugares que serviram como locações para os grandes filmes.
- O que acabou dando um charme especial ao programa, sem  dúvida.É verdade. Na primeira temporada do Mapa do Pop, nós  estivemos gravando na Austrália, um país que tem um legado cinematográfico  muito presente. Apenas como citação, lá foram rodadas algumas cenas de Matrix e  tem uma referência no filme Procurando Nemo, que embora seja uma animação,  apresenta Sidney, a capital do país, de uma forma bastante evidente. Então, a  ideia é trazer essa cultura de cada lugar estabelecendo um link com o cinema,  principalmente para as cidades que ganharam notoriedade turística depois que  serviram como cenários para filmes.
- Esta oportunidade de divulgar um pouco mais sobre a  cultura de cada lugar tem sido gratificante para você?Sim, é muito legal estar gravando em um local rico em histórias  e poder passar este tipo de informação para o telespectador, porque normalmente  são assuntos não revelados quando alguém está viajando turisticamente. Por  exemplo: o programa fez uma gravação no Vale Du Loire, na França, e estivemos  visitando vários castelos, entre eles a edificação que serviu no passado como  moradia para a Rainha Maria Antonietta. Hoje, o local é um museu, e foi muito  interessante conhecer e passar para nosso telespectador detalhes e relatos pouco  divulgados sobre uma personagem tão conturbada da história da Revolução Francesa.  É compensador trabalhar e poder tirar proveito da situação, uma oportunidade  única para o enriquecimento cultural.
- Você atribui o sucesso do programa o fato de mesclar  cinema e um pouco da história de cada região?Eu acho que a proposta é passar este tipo de informação,  mas ao mesmo tempo se divertir. O cinema é a Sétima Arte, unanimidade em  entretenimento e diversão, mas a partir do momento que a gente começa a  comentar sobre o que cada local tem que melhor a oferecer, acaba atraindo a  atenção daqueles que gostam de viajar e procuram sugestões de passeios para  suas próximas férias, além de despertar a curiosidade de outros que, embora não  viajam, gostam de se inteirar culturalmente.
- Você participa das pautas do programa?Sem dúvida. Nossa equipe é pequena e todos participam de  uma forma bem amistosa. Os produtores do Mapa do Pop têm um histórico  profissional muito bom em pautar destinos interessantes para o programa. O  tempero final vem em mesclar o cinema em cada sugestão apresentada, o que acaba  enriquecendo a pauta e alcançando nosso objetivo principal. A edição do  programa é feita no Rio de Janeiro, sem a nossa participação, mas a gente tem a  ideia sobre o resultado final de cada programa.
-Esta oportunidade de poder conciliar sua carreira como  modelo e apresentadora de tevê sempre esteve presente em suas atividades  profissionais?Não, acho que a oportunidade aconteceu naturalmente. Eu morava  em New York e me lembro que fui chamada para fazer um piloto para a MTV e nem  sabia do que se tratava. Aos poucos fui me familiarizando com os termos  técnicos da televisão e aprendendo a lidar com os macetes da profissão. Depois  de várias experiências na emissora, como apresentadora de programas diversos,  acabei me apaixonando por esta atividade profissional. Para mim, o importante é  o aprendizado e tirar o maior proveito possível de cada situação.
-Estamos falando da indústria do cinema internacional. Em  algum momento o Mapa do Pop irá prestigiar o cinema brasileiro?Nós fizemos uma gravação no Rio de Janeiro, cujo tema foi  Os Trapalhões e suas produções feitas para o cinema. Na ocasião entrevistamos,  em uma picadeiro de circo, o Dedé Santana, um dos integrantes do conhecido  quarteto humorístico brasileiro, onde ele comentou sobre sua experiência como  produtor dos filmes feitos pelo grupo. Além de citar no geral as produções  cinematográficas realizadas no Brasil, Dedé fala sobre o legado Os Trapalhões  deixado ao cinema nacional. Em outro momento do Mapa do Pop, a gente homenageou  a cidade do Rio de Janeiro falando sobre os principais filmes rodados na  cidade, de Cidade de Deus até um episódio do Velozes e Furiosos. São Paulo  também foi outra cidade brasileira que ganhou atenção do Mapa do Pop, com uma  gravação no bairro da Liberdade, local que serviu como locação para vários  filmes japoneses.
-Depois de experiências como apresentadora, que  tipo de programa você gostaria de atuar?Eu gosto muito de entrevistar as pessoas, mas também  mesclar moda e viagem. Um programa interessante seria falar sobre o Brasil e  tentar entender como é a moda em cada região. A gente sabe que a moda é um  reflexo da cultura de cada lugar. O que é relevante em São Paulo, não  necessariamente é bonito em Belém do Pará, por exemplo. A mulher de lá é mais abusada,  solta, despojada, pés no chão, aquela coisa do suor por causa da temperatura  mais quente. Ver a beleza de cada região seria um assunto muito interessante  para mostrar. Afinal, eu venho de uma família humilde que aprendeu a dar valor  às origens e conquistas com muito respeito.
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